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Quando o plano de saúde nega tratamento contra o câncer: o que diz a lei e como agir

Entenda por que a recusa de tratamentos oncológicos pelos planos de saúde pode ser ilegal e o que você pode fazer para garantir seus direitos.

O diagnóstico de câncer já representa um enorme desafio físico e emocional para o paciente e sua família. Diante disso, ter o tratamento negado pelo plano de saúde, seja quimioterapia, radioterapia, cirurgia, medicamento ou internação, é um obstáculo que vai além do aceitável.

O que muitos não sabem é que, na grande maioria dos casos, essa negativa é ilegal. Isso porque o tratamento contra o câncer está entre os procedimentos de cobertura obrigatória conforme normas da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) e a própria legislação brasileira.

Neste artigo, explicamos quando a negativa do plano de saúde é abusiva, quais os seus direitos como paciente oncológico e como exigir judicialmente o que é seu por direito.

O plano de saúde pode recusar um tratamento oncológico?

A resposta é clara: na maioria dos casos, não pode.

Segundo o artigo 35-C da Lei nº 9.656/98 (Lei dos Planos de Saúde), os planos são obrigados a cobrir o tratamento do câncer, incluindo:

  • Quimioterapia oral ou venosa;
  • Radioterapia;
  • Cirurgias oncológicas;
  • Medicamentos relacionados ao tratamento, mesmo que fora do hospital;
  • Internações e exames necessários ao acompanhamento do paciente.

Além disso, o Rol de Procedimentos da ANS lista uma série de tratamentos e medicamentos que devem obrigatoriamente ser cobertos, inclusive os de alto custo, como imunoterapia ou terapia-alvo, desde que indicados pelo médico responsável.

Quais são as justificativas mais comuns para a negativa e por que elas não se sustentam?

Apesar da legislação ser clara, os planos de saúde ainda tentam se esquivar da responsabilidade. As negativas mais comuns incluem:

  • “O tratamento não está no rol da ANS”;
  • “O medicamento é de uso off-label”;
  • “O tratamento é experimental”;
  • “Não faz parte da rede credenciada”;
  • “Precisa de autorização prévia do plano”.

Essas justificativas, quando colocam a vida ou a saúde do paciente em risco, são abusivas e contrariam o Código de Defesa do Consumidor e a jurisprudência dos tribunais superiores.

Inclusive, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) já firmou entendimento de que o rol da ANS é exemplificativo, ou seja, não limita os direitos do paciente. O que vale é a prescrição médica.

O que fazer se o plano de saúde negar o seu tratamento?

Diante de uma negativa, é importante agir rapidamente. Veja os passos recomendados:

  1. Exija a negativa por escrito
    Solicite que o plano informe, por escrito, os motivos da recusa, com data e assinatura. Esse documento é essencial para comprovar a irregularidade.
  2. Guarde todos os laudos e prescrições médicas
    A recomendação médica é peça-chave no processo. Ela comprova que o tratamento é necessário e urgente.
  3. Procure um advogado especialista em Direito à Saúde
    É possível ingressar com uma ação judicial com pedido de liminar (urgente) para obrigar o plano a custear imediatamente o tratamento. Muitas vezes, a decisão favorável sai em 24 a 48 horas.
  4. Denuncie à ANS e ao Procon
    Além da via judicial, é possível formalizar a reclamação junto à ANS e aos órgãos de defesa do consumidor, o que pode pressionar o plano a cumprir a lei.

Pacientes têm ganhado na Justiça

A Justiça brasileira tem reconhecido com frequência o direito dos pacientes oncológicos ao tratamento integral, especialmente quando há risco à vida e urgência no início da terapia.

As decisões geralmente condenam os planos de saúde a:

  • Custear integralmente o tratamento prescrito;
  • Pagar indenização por danos morais, devido ao sofrimento causado pela negativa;
  • Cumprir a obrigação no prazo de 24h, sob pena de multa.

Conclusão

Negar tratamento contra o câncer é, em regra, ilegal e inaceitável. O plano de saúde não pode impor restrições que comprometam a vida do paciente ou contrariem a prescrição médica.

Se isso aconteceu com você ou com alguém da sua família, não aceite passivamente. A lei está ao seu lado, e a Justiça tem sido firme em proteger os direitos dos pacientes oncológicos.

Nosso escritório atua com rapidez para garantir que o tratamento comece o quanto antes e com a segurança jurídica que você precisa nesse momento delicado. Fale conosco para entender seus direitos e agir sem perder tempo.

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